A Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ) opõe-se às declarações feitas pelo Sr. Ministro do Ambiente a propósito da apresentação do plano RNC 2050 - Roteiro para a Neutralidade Carbónica, indicando a redução de 25 a 50% da produção pecuária como uma das formas de atingir os objectivos de redução da emissão de CO2. 

Portugal foi eleito, mais uma vez, o melhor destino do mundo. Portugal é um país com uma riqueza cultural imensa. Portugal é um pais com 16 raças autóctones de bovinos, 16 de ovinos, 6 de caprinos, 6 de equídeos, 4 de galináceos, e 3 de suínos. É, portanto, um país com uma diversidade de recursos genéticos pecuários fora do normal. Portugal está na linha da frente na produção de forragens de elevado valor nutritivo para alimentação animal, bem como, na qualidade e segurança alimentar dos produtos de origem animal. Portugal considerou as “cabras sapadoras” como uma inovação e mais valia na limpeza de matos e floresta. 

As declarações do Sr. Ministro do Ambiente colocam em causa todas as características acima citadas, bem como, algumas das políticas defendidas e praticadas pelo Ministério da Agricultura, como o autoaprovisionamento alimentar e o equilíbrio da balança agrícola, definido como um dos objectivos para 2020 pelo Sr. Ministro da Agricultura. A importância económica e social da produção pecuária em Portugal é significativa e não deve ser menosprezada, antes pelo contrário, deve de ser promovida.

A produção pecuária não pode, nem deve ser mensurada, apenas, em toneladas de carbono, e caso o pretendam fazer, é necessário colocar na equação todos os factores de produção, e assentar em bases técnico-científicas.

 

5 de Dezembro de 2018